'até um tempo atrás eu não olhava nos olhos de ninguém. tinha medo de que eles denunciassem meus pensamentos; aqueles 'impuros' que me roubam o dia – ao contrário do que pensam, não fico a sonhar com príncipes. estes mesmos pensamentos, que sempre foram meus maiores segredos hoje estão ameaçados. não consigo evitar o sorriso safado que minha boca insiste em sustentar. acabo de chegar, todos dormem. o demônio que se esconde em mim não se contém e livra-se das roupas que agora parecem tão impuras. despe-se de pudores para deitar em papel branco e tinta fresca os desejos escondidos que lhe foram despertados. amparada pela segurança do meu quarto deixo que ele guie minha mão pelo meu próprio corpo. a imagem cálida esculpida por você em linhas cai por terra; segue desmanchando aos poucos, à medida que a respiração vai ficando ofegante. na minha cabeça te desnudo sem delicadezas, beijos ávidos por sexo. seus sussurros crescem ao pé do meu ouvido. quero sentir suas unhas mapeando a minha pele, sangrando os meus desejos enquanto faço você derreter em minhas mãos. quero servir-te de prazer. descer do meu estado santificado, de ouvinte passiva, tornar-me carne. entregar-me aos pecados disfarçados em orações aparentemente puras. beijar tua boca, olhos, nuca, desenhar com a língua o bico dos teus seios, sentir com mãos e lábios tua pele macia, beijar teu sexo, saboreá-lo, provar caminhos diferentes, deixar minha mão escorrer sem pudores por entre tuas pernas, encostar meu corpo no teu, misturar meu gozo ao seu. ver o mundo em vermelho escarlate.' por 'Perdita', uma amiga querida
a homossexualidade no decorrer da histór
divulgando organizações e ongs