Na Idade Média, a maioria das idéias e dos conceitos era elaborada pelos eclesiásticos. Para esses homens a mulher ao mesmo tempo em que era tida como a culpada pelo pecado original, a Virgem Maria foi a mulher que deu ao mundo o salvador e redentor dos pecados. E esse conceito do feminino está presente no cristianismo desde a sua consolidação baseada em uma doutrina repressora. As mulheres eram consideradas pelo clero como criaturas débeis e suscetíveis às tentações do diabo, logo, deveriam estar sempre sob a tutela masculina. pensamentos sobre a mulher na idade média ‘Quem bate numa mulher com uma almofada, pensa aleijá-la e não lhe faz nada.’ (provérbio da época). pensamento sobre a mulher em 2007 Na sua opinião, uma mulher que é agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se? Temas relacionados:
A principal preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres demoníacos que personificavam a tentação carnal. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a pecadora, a tentadora, aliada de Satanás e culpada pela queda. Eva concentra em si todos os vícios que trazem símbolos femininos, como a luxúria, a gula, a sensualidade e a sexualidade. Todos esses atributos apareciam nos sermões feitos pelos pregadores. E como forma de salvação para a mulher, eles ofereciam a figura de Maria Madalena, a prostituta arrependida que se submeteu aos homens e a Igreja.
A partir do século XI, com a institucionalização do casamento pela Igreja, a maternidade e o papel da boa esposa passaram a serem exaltados. As filhas eram totalmente excluídas da sucessão, quando contraiam matrimônio recebiam um dote constituído de bens que seriam administrados pelo marido. A linhagem beneficiava apenas componentes do sexo masculino, e a herança só era passada para o primogênito. O casamento era um pacto entre duas famílias, seu objetivo era simplesmente a procriação. A mulher era ao mesmo tempo doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência e a submissão. Na prática do sexo, sempre com o objetivo único da procriação, a mulher não deveria demonstrar sensação de prazer, a posição deveria ser o homem sobre a mulher. Essa posição obrigatória da prática do sexo indicava a situação de submissão que dela se esperava. Cabia aos homens, pais ou maridos, o direito de castigá-las como uma criança, uma doméstica, uma escrava. Não era bom que uma mulher soubesse ler e escrever, a não ser que entrasse para a vida religiosa. Uma moça deveria isso sim, saber fiar e bordar exceto no caso de camponeses e classes mais baixas, que deveriam acompanhar seu marido no trabalho feudal.
Criou-se então uma pedagogia da salvação feminina a partir basicamente de três modelos femininos: Eva (a pecadora), Maria (o modelo de perfeição e santidade) e Maria Madalena (a pecadora arrependida). As doutrinas diferentes à religião católica pregavam que a mulher poderia ter os mesmos direitos que o homem, por isso eram, calorosamente, perseguidas pela Igreja. (do livro: ‘A mulher na idade média’ de José Reaver Macedo)
‘A alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, ou seja, não valem grande coisa.’ (Arnaud Laufre).
‘Quando um homem for repreendido em público por uma mulher, cabe-lhe o direito de derrubá-la com um soco, desferir-lhe um pontapé e quebrar-lhe o nariz para que assim, desfigurada, não se deixe ver, envergonhada de sua face. E é bem merecido, por dirigir-se ao homem com maldade de linguajar ousado.’ (Tratado de conduta moral e costumes da França, século XIV)
Depende do grau da agressão.
O que é isso do grau da agressão?
Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos.
Então reformulo a questão: agressões pontuais justificam um divórcio?
Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tivesse um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não.
(entrevista do Reitor do 'Santuário de Fátima', Luciano Guerra, concedida a um jornal português, em 13 de Outubro de 2007)
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